domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dancetaria






Apesar de me considerar uma "cota " gosto muito de sair para ir dançar, sou uma adapta de discotecas, é normalmente ai que me liberto... Um destes dias em conversa com amigos falávamos de dancetarias, não gosto muito da chamada musica pimba, muito menos de a dançar, apesar de ter vivido a maior parte da minha juventude numa aldeia nunca fui muito de bailes, detestava dançar aquele tipo de musica. Dancetarias, aquilo deveria ser para pessoas de meia idade ou para quem andasse no engate, os meus amigos diziam estas muito errada , tens que ir um dia e verás que não é bem assim como dizes, eu continuava com a minha opinião até que ontem resolvi aceitar o convite, pensei bora lá ver como é... No percurso já me tinha arrependido milhentas vezes de ter aceite o convite, se não me sentisse bem sempre poderia vir embora. A entrada é como tantas outras entradas de uma qualquer discoteca, lá dentro um amplo espaço com varias mesas quase todas reservadas, no meio uma enorme pista de dança, e um palco onde existe uma banda residente actuar quase todos os dias da semana incluindo matines aos domingos, isto das matines faz-me lembrar os meus domingos de juventude,onde os domingos de tarde íamos à matine de cinema. :) Sem voltar a fugir ao contexto inicial deparei-me então com um cenário muito idêntico aos das discotecas, as pessoas eram na maior parte de meia idade vestidas a rigor, para uma noite de sábado, e eu com as minha inseparáveis calças de ganga, comecei por me sentir uma pouco desconfortável, mas voltando a olhar o ambiente constatei que que estava lá muita malta jovem, rapazes e raparigas muito animados dançavam na pista, as tais musicas pimbas que eu não gostava. Confesso, mudei a minha opinião sobre as dancetarias, pelo menos daquela onde fui, não era propriamente de engate, era frequentada por quem se quer divertir, tem musica para todos os gostos, para os que gostam de dançar musica de baile, uma banda que toca ao vivo e depois nos intervalos que é mais ou menos hora e meia tem um dj que passa musica para os que gostam de abanar o "capete". Eu claro mudei a minha opinião, fiquei rendida, divertir-me imenso e ate acabei por dançar as tais musicas pimbas que eu detesto. O melhor mesmo é não falarmos daquilo que desconhecemos e depois se estivermos com uma óptima companhia o ambiente somos nós que o fazemos....

Espero que não leias isto :)

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Paixão



É bom quando estamos apaixonados, sentir aquele friozinho na barriga sempre que se aproxima a hora do encontro.
Quando estamos apaixonados, ao lembramos dos momentos que passamos um com o outro um sorrisinho maroto teima em permanecer nos rosto. Neste estado de paixão ficamos aparvalhados dizemos coisas que no estado normal acharíamos ridículas, Florbela Espanca dizia: " todas as cartas de amor são ridículas .
Dormimos e acordamos a pensar no outro fazemos quase tudo em função do outro, sentimos a falta constante do outro.
Não existe medo de errar, não existe preconceitos de espécie alguma, fazem-se loucuras. Muitas vezes perdemos a nossa personalidade algures durante esta loucura que é estar apaixonados.
Será que é saudável estarmos apaixonados?
Será que todos nós vivemos uma paixão?
O que resta depois da paixão?
Quero acreditar que é muito saudável o estado de apaixonado, tal como quero acreditar que muitos de nós depois de termos vivido, tenha ficado um amor mais sereno,mais cúmplice. Embora existam muitas paixões que se evaporem no tempo e nada fica apenas a nostalgia dos momentos de loucura que foram vividos.
Mas sem paixões não seriamos nada, sem paixões seriamos seres frios sem sentimentos.
A paixão comanda a vida,todos temos paixões que podem ser as mais diversas, mas que nos deixam em desalinho e ansiedade.
Eu acho que viver apaixonado é fundamental para o estado de espírito.

Gosto de me sentir ridícula, pois gosto de estar apaixonada.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Queria dizer tanta coisa mas....





As vezes tenho dificuldade em expressar os meu sentimentos. Não é por vergonha de me expor mas sim pelo pouco a vontade que me sinto em relação as pessoas a quem quero dizer que amo.Trazia no rosto as marcas da vida mesmo assim era uma pessoa alegre, sempre pronto ajudar.
Começou a trabalhar muito cedo ficou órfão de pai muito jovem, como filho mais velho teve que ajudar a mãe a sustentar a casa. Levanta-se todos dias muito cedo para ir trabalhar muitas vezes ia descalço porque os sapatos gastos pelo tempo iam-se rompendo e não havia dinheiro para comprar uns novos,levava um pedaço de pão muitas vezes seco para comer ao longo do dia de trabalho. Cedo emigrou para Angola onde casou e teve filhos, ai tinha uma vida confortável ate ao dia que teve que abandonar tudo o que tinha e começar tudo do zero. De regresso a Portugal tentou novamente com que a sua vida melhora-se mas só encontrou entraves dificuldades mesmo assim nunca baixou os braços sempre lutou, nunca vi aquele homem doente, nunca o vi sem um sorriso, nunca o vi desanimado. Nasceram mais dois filhos, que vieram juntar-se as três filhas que tinham sido geradas em Angola. A vida de trabalho deste homem foi sempre árdua, mas não teve companheira à altura do seu sacrifico, nem como esposa nem como mãe. Mesmo assim os filhos estudaram ate onde foi possível, sempre foram uma família humilde, os filhos souberam sempre o que eram dificuldades e cresceram com responsabilidade de construírem um amanha melhor para eles o que aconteceu...
O homem, por fim ficou doente nunca dramatizou mesmo ao entrar no hospital para fazer quimioterapia ia sempre com um sorriso nos lábios, nunca o abandonei, sempre achei aquela força de vontade fragilizada ele queria partir mas tinha que ser à sua maneira. O que acabou por acontecer entrou no hospital e não saiu, eu sabia que nunca mais o viria vivo, mesmo assim quis fugir dali apesar daquele olhar de despedida não quis ver, a minha vontade era de sair dali o mais rapidamente possível. No dia seguinte a noticia da sua morte, chorei revoltada com tudo e todos, revoltada comigo por nunca lhe ter dito o quanto admirava, o quanto o amava e o orgulho tinha em o ter tido como Pai.
Ele não foi um grande arquitecto de renome, mas deixou grandes obras que não são conhecidas, mas sim por quem as habita.
Tenho pena e vou morrer sempre com esta magoa de não me ter despedido dele e de nunca lhe ter dito que o Amava. Hoje ele esta presente no meu pensamento tenho a certeza que partiu a sentir que eu o Adorava e vou Adorar para sempre, se tivesse-se que escolher novamente um Pai teria-o escolhido.
Tenho Saudades tuas pai...