domingo, 11 de julho de 2010

A minha aldeia




Lembro com nostalgia dos meus Verões na aldeia, eram especiais...
Os filhos da terra emigrados regressavam uns de férias para os seus entre queridos, a aldeia ganhava uma nova vida. Revíamos os amigos. Os dias eram muito quentes, era nesta época que se apanhavam as batatas, e se ceifava o trigo, eu gostava da apanha da batata, normalmente iam uma grupo de homens e mulheres da família, apreciava a chegada da hora de devorar à sombra dum árvore o vasto farnel que era trazido pelas mulheres. No regresso da faina, sentadas em frente às suas casas, as mulheres da aldeia faziam croché, provavelmente conversam sobre a vida alheia como de costume. Ainda hoje as imagino.
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O divertimento dos jovens era a ribeira que existia a poucos quilómetros da aldeia, onde passavam as tardes. Aqueles fins de tarde em que horizonte tinha as cores mágicas do pôr do sol, era costume ver os jovens andar de bicicleta, pela estrada que ligava a aldeia à vila, de vez enquanto, passava um carro com matricula francesa. Eu passava muitas tardes a ler, adorava ler a minha imaginação vagueava ... Tal como os dias as noites eram muito quentes, nestas noites de verão surgiam muitos namoros que mais tarde acabaram em casamentos. O céu da minha aldeia é de vasto manto negro carregado de estrelas, como se senti-se observado o céu em todo o seu esplendor oferecia um espectaculoso de estrelas cadentes....
Ainda hoje não me canso de dizer que não existe no mundo um céu estrelado com o da minha aldeia,tal como o cheiro daquelas noites, esse cheiro inconfundível...
Aos domingos vestíamos as nossas melhores roupas, íamos ao baile, onde todos dançavam ao som dos discos de vinil que eram tocados num gira discos, velhos e novos passavam a tarde de domingo dançando. As vezes os rapazes organizavam jogos de futebol entre aldeias. Ainda hoje tenho saudades desses tempos, acho que nos divertíamos mais, não éramos tão insatisfeitos, hoje temos tanta escolha que as vezes perdemos horas a decidir onde ir. A minha aldeia hoje já não tem a vida que tinha outrora, eu sinto uma enorme nostálgica desses tempos, quando era jovem o meu sonho era morar na cidade, hoje o meu sonho é um dia poder morar na minha aldeia. A vida vai ensinando que a simplicidade das coisas é que nos deixa felizes.

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