Este blogue foi criado por brincadeira, não tenho nenhuma formação superior, nem pretendo ser escritora, mas aprecio escrever. Gosto de falar do que me vai na alma para mim é óptimo. Afinal, quem não gosta de falar de sentimentos ? As coisas boas da vida são aquelas que fazem as pessoas sorrir.
domingo, 17 de janeiro de 2010
O comboio
Carlos continuava perdido nos seus pensamentos,quem o estivasse a observar notaria um leve sorriso nos lábios, as recordações eram muitas, deu-se conta que sentia saudades de Alfredo.
Conhecer Alfredo tinha sido uma das melhores coisas que lhe aconteceu na vida.
Na noite seguinte,Alfredo telefonou.
Confessou a Carlos sentir-se só, e perguntou-lhe se ele não queria sair, jogar bilhar ou ir a um bar.
Naturalmente que Carlos achou a ideia genial,e aceitou o convite. Alfredo ficou de passar em casa de Carlos para o ir buscar.
Passavam uns minutos da hora marcada quando chegou, tocou a campainha e Carlos desceu.
Ao entrar no carro sentiu o cheiro do perfume de Alfredo,uma mistura de madeira e lavanda, um aroma suave inconfundível. Disseram um ola, e sorriram.
Alfredo disse a Carlos:- Mudança de planos vou levar-te a um dos meus sítios preferidos.
A viagem não demorou mais do uma hora e chegados, Carlos nem queria acreditar, realmente era um lugar lindo, apesar de ser uma noite fria, e de não haver estrelas no céu,mesmo assim conseguia-se ver a beleza do local,a casa era pedra coberta de heras, ao lado umas árvores de camélias com flor tinha uns canteiros com algumas flores em volta um terreno que parecia estar tratado.
A decoração do interior da casa era do mais singelo possível mas muito confortável, a sala tinha uma lareira,uns sofás de pele castanha escura um cadeirão meio rompido do uso, umas estantes com livros e uns quadros nas paredes com paisagens.
Alfredo acendeu a lareira,e também algumas velas, dando uma ambiente ainda mais acolhedor, depois foi buscar dois copos de vinho tinto e deu um a Carlos, as suas mão voltaram-se a tocar,olharam-se fixamente nos olhos.
Carlos sabia que esta noite seria a primeira noite com alguém do mesmo sexo e queria muito que acontece-se, ate porque a atracão que sentia por Alfredo era grande.
Alfredo aproximou-se de Carlos e tocou-lhe os lábios com os dedos e disse-lhe:-Não tenhas receio, e beijou-o, este correspondeu naturalmente, os beijos foram sucedendo tal como o toque entre ambos, fizeram amor....
Deitados olhavam a lenha arder,na sala sentia-se um calor confortável. Carlos tinha adorado estar com Alfredo.
Depois daquela noite mantiveram um relacionamento de alguns meses, mas a ida de Alfredo para os Estados Unidos a trabalho, tinha esfriado a relação.
Aquele dia chuvoso trazia-lhe saudades e nostalgia de Alfredo.
De volta à realidade depois de ouvir o passageiro que estava sentado ao seu lado resmungar algo...
Levantou-se pediu licença e saiu na estação...
A chuva tinha abrandado,e os raios sol teimavam romper por entre as nuvens cinzentas.
Carlos sentia que nunca iria esquecer aquela relação, tinha sido única e inesquecível.