segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Escutar o silêncio




A maioria parte de nós gosta de saber o resultado de cada acção que toma.O mesmo se verifica nos relacionamentos, nos quais temos necessidade de compreender o que se está a passar antes de estarmos dispostos a agir.
Buda disse: "todos nós fomos atingidos por setas envenenadas.Em vez de nos sentamos e tentarmos compreender em que ângulo é que a seta entrou ou de que tipo de veneno se trata,tentamos retirar rapidamente a seta." O tempo é de maior importância. Não podemos protelar. Parece haver tantos fantasmas no nosso armário,tanta coisa que empurrámos para debaixo do tapete,que nos recusámos a enfrentar sobre nós mesmos. Basta para isso que nos sentemos,e escutemos o nosso silêncio.Abrir as portas do nosso armário e a deixar a luz entrar. Não estamos a procurar uma solução ou analisar, estamos somente a ser apresentados as nossas esperanças, medos e pensamentos vãos. Ao meditarmos toda a energia utilizada para nos escondermos de nós próprios é agora libertada para viver as nossas vidas. Desnecessário será dizer que ao conhecermos-nos estamos também a conhecer o mundo inteiro. Não precisamos de saltar de pessoa para pessoa, ou de situação para sabermos quem está lá ou o que está acontecer. Quanto mais nos sentarmos e ficarmos em ligação connosco próprios, mais o mundo inteiro se revela diante dos nossos olhos. Em vez de nos nos sentamos, e abrimos a nossa própria casa do tesouro, não fazemos isso,a maioria de nós procura os tesouros que os outros lhe podem dar. Calculamos o valor que esses tesouros têm para nós. Quando temos este tipo de aproximação aos relacionamentos, aparecemos como pedintes que vêem no ouro uma fonte de sustento. Quando conseguimos entrar numa relação com a nossa casa do tesouro já aberta, não há limites às relações que podemos encontrar, tanto dentro de nós como na nossa relação com o outro.